sábado, 2 de julho de 2016

TEXTO ESCRITO POR OCASIÃO DA CRIAÇÃO DO BLOG DIJAOJINHA, UM BLOG FEITO PARA REUNIR PESSOAS DE UMA MESMA GERAÇÃO, QUE VIVIAM OU VIVEM NA CIDADE DE CAMPOS DOS GOYTACAZES (em 2011)

Beira Rio em Campos (Avenida Quinze de Novembro)
Muita coisa vem sendo produzida em torno da questão da memória. E sempre que se trata de memória surgem ênfases, omissões, ampliações, esmaecimentos, postos em evidência de acordo com o sentido que cada fato teve ou passou a ter na vida de cada qual que o rememora. É o que faz, inclusive,CORTÁZAR considerar todo narrador um personagem duvidoso (Hanning, 2010).
Aqui, neste blog, que acaba por ser um espaço-tempo de recordações, não estamos inseridos na ordem de coisas ditas acadêmicas. Trata-se apenas de deixar fluir sentimentos, num diálogo entre pares onde cada qual pode acender na memória do outro alguma chama que desencave alguma outra reminiscência, tecendo uma rede de histórias que se entrecruzam e trazem boas lembranças. Tudo aqui se insere num tempo de prazer – e de dor, por que não dizer? – pois que constituído de afetividade. É pra rir e pra chorar. Para rever, reencontrar, restabelecer. Sem metodologias, sem hipóteses... O que vai sendo produzido é o próprio fio condutor para o que brota em seguida. Não há capítulos definidos a priori. À medida que as pessoas escrevem, o conteúdo vai sendo estruturado por afinidades, os autores vão chegando, chamados por uns e outros, alguns com uma verve mais literária, outras nem tanto. E é assim mesmo. Como a intenção é rememorar e trocar, é este o jogo. Vamos jogá-lo.
Na contramão da amargura e do isolamento, aqui sempre cabe mais um, que pode e deve entrar pela mão de quem chegou primeiro. Juntos, somos humanamente melhores, tanto pela afinidade revelada como pela diferença mostrada sem pedir licença.  Saídos de um mesmo ventre geográfico, cá estamos nós, numa vontade incontida de, pela palavra, nos reencontrar. Passado e presente se entrecruzam, mostrando, sem receios, o quanto os tempos, quaisquer que sejam eles, mutuamente se determinam. Ou não é o nosso olhar contemporâneo que nos faz revisitar os tempos pretéritos carregados de um determinado entendimento e não de outros?

Nenhum comentário:

Postar um comentário