TEXTO ESCRITO POR OCASIÃO DA CRIAÇÃO
DO BLOG DIJAOJINHA, UM BLOG FEITO PARA REUNIR PESSOAS DE UMA MESMA GERAÇÃO, QUE
VIVIAM OU VIVEM NA CIDADE DE CAMPOS DOS GOYTACAZES (em 2011)
Beira Rio em Campos (Avenida Quinze de Novembro) |
Muita coisa vem
sendo produzida em torno da questão da memória. E sempre que se trata de
memória surgem ênfases, omissões, ampliações, esmaecimentos, postos em
evidência de acordo com o sentido que cada fato teve ou passou a ter na vida de
cada qual que o rememora. É o que faz, inclusive,CORTÁZAR considerar todo
narrador um personagem duvidoso (Hanning, 2010).
Aqui, neste
blog, que acaba por ser um espaço-tempo de recordações, não estamos inseridos
na ordem de coisas ditas acadêmicas. Trata-se apenas de deixar fluir
sentimentos, num diálogo entre pares onde cada qual pode acender na memória do
outro alguma chama que desencave alguma outra reminiscência, tecendo uma rede
de histórias que se entrecruzam e trazem boas lembranças. Tudo aqui se insere
num tempo de prazer – e de dor, por que não dizer? – pois que constituído de
afetividade. É pra rir e pra chorar. Para rever, reencontrar, restabelecer. Sem
metodologias, sem hipóteses... O que vai sendo produzido é o próprio fio
condutor para o que brota em seguida. Não há capítulos definidos a priori. À
medida que as pessoas escrevem, o conteúdo vai sendo estruturado por afinidades,
os autores vão chegando, chamados por uns e outros, alguns com uma verve mais
literária, outras nem tanto. E é assim mesmo. Como a intenção é rememorar e
trocar, é este o jogo. Vamos jogá-lo.
Na contramão da
amargura e do isolamento, aqui sempre cabe mais um, que pode e deve entrar pela
mão de quem chegou primeiro. Juntos, somos humanamente melhores, tanto pela
afinidade revelada como pela diferença mostrada sem pedir licença. Saídos de um mesmo ventre geográfico, cá
estamos nós, numa vontade incontida de, pela palavra, nos reencontrar. Passado
e presente se entrecruzam, mostrando, sem receios, o quanto os tempos,
quaisquer que sejam eles, mutuamente se determinam. Ou não é o nosso olhar
contemporâneo que nos faz revisitar os tempos pretéritos carregados de um
determinado entendimento e não de outros?
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