segunda-feira, 4 de julho de 2016

DELÍRIO?
                                                                                (Invencionice escrita em 4/7/2015















O amigo telefona, quase me acorda, de tão cedo que era. Estava tenso e queria meu aval para o seu delírio, como se eu pudesse fazer alguma leitura diferente da sua opinião, só porque tenho esta mania de estudar o discurso que fazem os jornais e os demais meios. Realmente, o cidadão, sempre tão cordato e de humor estável, estava vendo-se fora do seu normal, agitado, com a voz alterada, e me consulta:
- Você acha que estou louco? Os tempos estão bicudos. A direita está mais do que assanhada, além do mais, a gente vive ouvindo tb que a GLOBO está com a audiência em queda... fico achando que esta estória de Maju pode ter sido uma criação da própria emissora....
- O que isso, menino? Como assim?...
- Você não sabe que existem profissionais pagos por empresas para construir ideias, repassar preconceitos, destruir produtos, na guerra pelo mercado...?  Você sabe disso... Fico achando que isso pode ter sido plantado. Agora, você pode ver o próprio Face hoje. TODOS SOMOS MAJU!
- Tá maluco? Será? Que volta você está dando...
- Tô, não! Veja bem, se todos nós somos Maju, isso traz implícito que todos nós somos o Jornal Nacional, daí para TODOS SERMOS A GLOBO é um pulo!
- Menino, tô sem voz! Sem argumentos! A sua Teoria da conspiração foi ao limite! Você está me deixando de queixo caído. Será possível?????
Cá com meus botões: com o nível de descrença que está por aí disseminado, tudo, hoje em dia, pode ser pensado. E disseminado.
Tá feia a coisa! É um vale tudo! E o pior é que tudo pode valer mesmo!



SERÁ?



Sobre isso, no dia seguinte, 5 de julho,  li a seguinte matéria que reproduzo aqui:




Vocês não são todos Maju!

Quando o garoto negro é arrancado da loja na Oscar Freire, vocês não são todos Maju.
por Fabio Luiz no Facebook
Quando a propaganda sugere que a garota negra precisou ser adotada pra ter acesso à educação e refrigerante, vocês não são todos Maju.
Quando um apresentador em Black Face faz um Rap pra vender biscoitos, vocês não são todos Maju.
Quando vocês dizem que tal pessoa tem cabelo “ruim”, vocês não são todos Maju.
Quando vocês seguram suas bolsas no elevador do shopping, vocês não são todos Maju.
Quando vocês não me cumprimentam no hall do prédio, ou trancam o portão ao me ver chegando, não são todos Maju.
Quando vocês dizem que racismo não existe, e uma pessoa que “deu certo” como eu não deveria pensar ou falar sobre isso, vocês não são todos Maju.
Quando, na minha própria agência bancária, demoro 10 minutos pra ser liberado na porta giratória, vocês não são todos Maju.
Quando eu tento pegar táxi num ponto onde não me conhecem, vocês não são todos Maju.
Quando a criança negra aparece bem menos na tela do comercial de suco, ou de fralda, vocês não são todos Maju.
Quando eu sou o único pai “de cor” nas atividades da escola da minha filha, vocês não são todos Maju.
Quando a família de negros que a TV apresenta, numa obra de ficção bem torta, é formada por bicheiros, beberrões, advogados corruptos e mulheres promíscuas, e vocês acham que esse é o toque de realidade da obra, vocês não são todos Maju.
Quando insistem com as piadas de macaco, “preto” só é bom sambando e jogando bola, vocês não são todos Maju.
Quando vocês acham mesmo que são todos lordes britânicos que magicamente apareceram num país da América latina e aqui vivem, vocês não são todos Maju.
Quando não reconhecem os efeitos da escravidão sobre descendentes da diáspora africana, vocês não são todos Maju.
Quando acham que nossas guias coloridas e o nosso batuque são uma afronta ao Deus — impávido colosso da imaginação de quem torceu textos bíblicos pra condicionar mentes, vocês não são todos Maju.



Leia a matéria completa em: Vocês não são todos Maju! - Geledés http://www.geledes.org.br/voces-nao-sao-todos-maju/#ixzz4DXgJ7nhw 
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