CADA UM TEM SEU DIA DE ALUNO DA ESCOLINHA DO PROFESSOR RAIMUNDO...
(Escrito em 26 de novembro de 2013)
Não sei qual era o personagem, nem qual o ator que o fazia (*). Mas me lembro da existência de um dos alunos da famosa escolinha que, de repente, ouvia de um outro colega alguma informação, mais do que sabida por todos, e fazia de sua ignorância em relação ao assunto motivo de graça, ao se surpreender, por desconhecer o assunto:
- “Napoleão Bonaparte, antes de morrer, viveu na Ilha de Elba” – dizia o colega. E o tal aluno respondia, espantadíssimo, mal deixando o outro terminar de falar: - “Napoleão morreu????????????”
Seu ar de surpresa era tão intenso que a turma vinha abaixo em gargalhadas, a cada semana repetindo-se situação semelhante, como sói acontecer neste tipo de humor que era e ainda é feito em nossas TVs.
Foi do que eu me lembrei na semana passada, quando vivi situação tão ou mais grave quanto essa da possibilidade da morte de Napoleão ainda espantar alguém. Ao visitar uma amiga, conhecida minha desde os tempos de escola, lá pelas tantas, ainda à mesa, após um delicioso almoço de típicos pratos árabes, nem sei ao menos em função de qual motivação, ah, sei, sim, falávamos do Budismo, a minha amiga se sai com esta:
- “Dizem os budistas que naqueles tempos em que Jesus sumiu, dos 12 aos 30 anos, ele esteve na Índia, pois que ele era um Buda...”
Aí, foi a minha vez de me assustar, tal qual o moço da TV:
- “...E Jesus sumiu por todo este tempo???????”.
Minha amiga, apavorada, retruca:
- “É o que isso, Carmen Lucia, vc foi aluna do Auxiliadora e não sabe que Jesus ficou sumido não sei quantos anos?”
“NÃO, nunca soube disso!” – praticamente gritei, com os olhos arregalados.
Era a primeira vez que ouvia falar em tal fato. Jesus sumido? Por tanto tempo? E eu nunca soube disso? Meu Deus! O que fazia nas aulas de Religião lá no colégio? Escrevia meus diários?
Claro que a discussão mudou de rumo, saiu do Budismo e veio toda em direção à minha desmemória. Nunca ninguém se acostuma. Pairam dúvidas sempre, tamanhos os absurdos de que já me esqueci em minha vida.
Pois, desta vez, até eu me assustei. Cheguei em casa e fui logo à cata das informações sobre a vida de Jesus. E o que foi pior: tudo que li a respeito do tal sumiço era totalmente novo para mim. Eu nunca soube disso ou simplesmente me esqueci? Inacreditável!
Para me defender, fico aqui pensando que as freiras de meu tempo deveriam estar mais preocupadas com outras coisas do que com a vida de Jesus, ainda mais com um tempo em que ele esteve talvez andarilhando pela Índia, como dizem uns e outros...
Sou mesmo uma tonta!
(*) Já depois de parido o texto, soube por Paulo Ney que o personagem se chamava Rolando Lero e o ator era o inesquecível Rogério Cardoso.
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