EDUCAÇÃO
PARA TUDO FICAR
COMO
ESTÁ OU PIORAR? NÃO!
(escrito
na primavera de 2015)
Não é coisa de esquerdista, não! É me colocar mesmo no lugar de
quem chegou, viu e venceu em nossa sociedade. Nem mexo com as classes sociais
fundamentais e deixo-as como estão, tudo igualzinho. Mas, rogo por um pouquinho
mais de bom senso.
É que ando mais do que preocupada por ver as propagandas de
algumas escolas privadas com as quais tenho tomado contato. Uma chama seus
candidatos a alunos para correrem para chegarem em primeiro lugar a fim de
concorrerem a uma bolsa de estudo; outra, cria uma propaganda no sentido de que
quer futuros vencedores, premiados, limpos da sujeira que reina em nossa
sociedade.E que essa "eugenia social" vem de sua ação educativa,
exclusivamente dela, a escola salvadora da pátria. Esses são só dois exemplos,
mas o tom é sempre o mesmo, o da competição desenfreada e de "que vençam
os melhores" (acrescento eu: os mesmos, os que já nasceram para serem
vencedores).
Não sou ingênua de imaginar que uma escola privada possa ter
interesses sociais nem públicos ou universais. Ela está inserida no mercado e
quer se vender como a melhor para o futuro sucesso dos jovens meninos e meninas
pagantes pelo serviço que oferece. Mas, não estarão eles, sim, os seus
responsáveis, ingenuamente postos, analisando que o que está vigente em nossa
sociedade está falido? Que a lógica da exclusão e do mérito, do egoísmo e do
cada um por si está destruindo o mínimo de convivência entre os mais e menos
apaniguados financeiramente? Os próprios "vencedores" não estão
ficando aprisionados numa sociedade cruel e violenta?
Caminhar indiferentemente em direção à naturalização da
injustiça social, no limite, da barbárie é inadmissível para educadores! Quase
fico propensa a entender como menos perniciosa uma educação cristã que, pelo
menos, traz o exemplo de uma figura exemplar para os jovens em formação. Se
mais tarde eles vão rever e acertar contas com seus conceitos religiosos, será,
talvez, melhor, do que serem treinados para verem como natural a desigualdade,
sem nem ao menos criarem dentro de si um sentido de generosidade, até mesmo de
caridade (que não é desejável, pois vê quem dá numa posição superior à de quem
recebe), mas, é a tal questão de graus, como Dorinha tanto nos ensina: um pouquinho que seja menos
ruim já dá uma aliviada na alma.
Grande e iluminado Francisco, sei que você está com prioridades
e mais prioridades para atender com seu discurso restaurador, mas, dá uma
palinha para este povo que está colocando o lucro acima do Bem Comum, meu
grande Mestre! Aqui pelo Brasil a situação está de se lamentar!
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