sexta-feira, 20 de novembro de 2015

EXERCÍCIO DE BOA VONTADE

Tenho uma conhecida que sempre fala meio dura com o marido e em quem eu uma certa feita, já dei um puxão de orelha para que fosse mais suave com ele. Mas ela me corrigiu na hora e eu aprendi para sempre: "Com algumas pessoas, se a gente é afável, gentil, essa coisa toda, elas vêm com tudo e tentam nos submeter. Nem todo mundo sabe ser tratado em pé de igualdade. Homem  por mulher, então, logo abusa, com licença, mas 'monta' na gente... Deixa comigo, que eu sei o que estou fazendo."

Hoje, um pouco mais cedo, foi dela que me lembrei quando, molhando as plantas do jardim, feliz da vida, toda borrocada de terra a água, dei com a minha acácia imperial, que já estava crescidinha, cortada a poucos centímetros do chão. Um mísero cotoco, com todo um tempo de cultivo jogado por terra. Foi de chorar! Meses, se não anos, esperando seu florescimento, seu espichamento a ponto de vir a distribuir seus cachos amarelos pendurados em beleza e charme, e me deparar com o novo tempo que terei que aguardar para que ela dê de si à nossa rua seu puro encantamento. Com certos vizinhos mais mal humorados, chego a pensar que tal engano não sucederia...

Haja reserva de bom humor e consciência de que "tudo vale a pena se a alma não é pequena" e mais uma dúzia e meia de ditos populares ou mais elaborados, filosóficos até, para não sucumbir e continuar a ser gentil com todos, até mesmo na hora de explicar a quem capou o arbusto que ingenuamente crescia, a diferença entre uma árvore belíssima, que se fazia como tal, de uma erva daninha que se espalha pelo chão.

Ô, ódio!

Mas, está bem! Já sei! Não sou uma ilha, vou me acalmar e pacificar meu coração. Isso não é nada. Não é nada mesmo! Nadica de nada!

Pensando melhor, acho que nem aconteceu! Foi ilusão der ótica.



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