RETIRO ESPIRITUAL – TEMPO DE PECAR
Texto escrito em nosso blog de campistas, Dijaojinha, há muitos anos e trata do
tempos do Auxiliadora. Foi postado no Facebook, por ocasião das comemorações dos 50 anos de formada, em novembro/dezembro de 2013.
Essas histórias (*) me fazem lembrar dos retiros espirituais do Auxiliadora, nós já adolescentes, com cerca de 17, 18 anos.... Para quem não conheceu, era um período de três dias em que ficávamos em tempo integral na escola, apenas rezando e recebendo aulas de Religião. Vinham padres de fora para fazer palestras e nos aconselhar, evitando desvios que pudessem nos levar ao mau caminho. Eu chegava a pernoitar na escola. Sim, porque se ficasse em casa, à noite namoraria e voltaria a pecar. A saída era ficar direto lá, assepticamente protegida da vida cá de fora.. Assim, não tinha risco.
Uma de nossas amigas, sentindo-se incapaz e envergonhada de contar ao padre todos os pecados que cometia ao namorar, usava um recurso que julgava sua grande invenção: contava uma por uma de suas faltas mais leves e, ao final, para poder receber o esperado perdão, dizia, “Padre, eu sou mentirosa". Pronto!, dali, era só receber a penitência, ajoelhar-se e rezar. E pecar, obviamente, mais adiante, depois de garantida a comunhão no dia seguinte.
Outra amiga, esta mais ingênua (ou mais apaixonada, creio ser este o caso), caiu na besteira de combinar com o namorado de ir buscá-la na saída da escola, num dia de Retiro. Foi punida com a sumária expulsão da escola, transferindo-se para uma escola interna no Rio de Janeiro.
A coisa não era fácil! Aprender a ser mulher em Campos, ainda mais sendo aluna do Auxiliadora, não era para qualquer uma... E eu não conto o pior, que foi aquele ano em que o padre visitante, Padre Zé Teixeira, era, em si, um indutor ao pecado, ele que era um mulato de voz grave, de discurso forte, profundamente sedutor. Passado o Retiro, muitas de nós levamos muito tempo para deixar de suspirar por ele...
Uma de nossas amigas, sentindo-se incapaz e envergonhada de contar ao padre todos os pecados que cometia ao namorar, usava um recurso que julgava sua grande invenção: contava uma por uma de suas faltas mais leves e, ao final, para poder receber o esperado perdão, dizia, “Padre, eu sou mentirosa". Pronto!, dali, era só receber a penitência, ajoelhar-se e rezar. E pecar, obviamente, mais adiante, depois de garantida a comunhão no dia seguinte.
Outra amiga, esta mais ingênua (ou mais apaixonada, creio ser este o caso), caiu na besteira de combinar com o namorado de ir buscá-la na saída da escola, num dia de Retiro. Foi punida com a sumária expulsão da escola, transferindo-se para uma escola interna no Rio de Janeiro.
A coisa não era fácil! Aprender a ser mulher em Campos, ainda mais sendo aluna do Auxiliadora, não era para qualquer uma... E eu não conto o pior, que foi aquele ano em que o padre visitante, Padre Zé Teixeira, era, em si, um indutor ao pecado, ele que era um mulato de voz grave, de discurso forte, profundamente sedutor. Passado o Retiro, muitas de nós levamos muito tempo para deixar de suspirar por ele...
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(*) Histórias que estavam sendo lembradas pelas colegas normalistas por ocasião da preparação da festa do 50 anos da formatura do Curso Normal.
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