terça-feira, 24 de novembro de 2015




Perdão, só de um lado...
(escrito em 20/10/2015)
Agorinha, descendo a ladeira do La Salle,vejo uma fila imensa, quase toda formada de senhoras, e, tomada por curiosidade, indago de uma delas, antes de me ver na esquina, onde, com certeza encontraria um táxi pra vir pra terapia:
"- Essa fila é pra quê? "
"- Pro padre."
"- Padre? Qual padre?"
"-Padre Marcelo."
Sem entender patavina, me pus a imaginar e a criar a minha própria história. Se seria fato ou fantasia, isso seria puro detalhe. Eu tinha que entender, por dentro o que vi, a vida real que se danasse.
Padre Marcelo virá a Niterói. Mas, ali? Nenhuma igrejona à vista. Pego o táxi e convido o motorista a continuarmos o meu enredo. Mais esperto do que eu, ele arrisca: "Devem estar esperando o ônibus para irem a São Paulo ver a missa do padre. A senhora não reparou? Eram senhoras..."
Ao que eu completo: "... É... e estavam com mochilas, coisa de quem vai num pulo e volta no outro. E senhoras, sabemos, não é?, sempre vão virando católicas e querem pedir perdão quando vão vendo a linha da vida chegar ao final..."
O danado do motorista se põe a rir, visivelmente concordante com minha maldosa hipótese. Mas riu demais pro meu gosto. Não perdoei e fui e cima :"melhor que vocês, homens, que morrem icos, sem entregar os pontos."
E dei de cantarolar baixinho, enquanto seguíamos até o meu destino:
"Se entrega, Corisco! Eu não me entrego,não!


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